A telessaúde no Brasil tem caminhado a passos largos e se fortalecido cada vez mais com práticas de assistência remotas. A telecardiologia, por exemplo, é um “braço” da telemedicina que visa oferecer um atendimento de qualidade e promover maior aproximação entre médicos e pacientes que não podem se deslocar até os consultórios para tratar do coração.
Para você ter uma ideia, as doenças cardiovasculares encabeçam o ranking de doenças que mais matam no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, o país registra uma média de 300 mil episódios de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). Desse total, cerca de 30% resultam em morte. Até 2040, a expectativa é que os casos de IAM aumentem 250%.
Tendo isso em vista, a telecardiologia se apresenta como uma verdadeira aliada para facilitar o acesso das pessoas à assistência médica especializada na saúde do coração – especialmente no caso de pacientes que residem em regiões distantes dos grandes centros urbanos onde se concentram os hospitais e as clínicas.
Nessa modalidade de atendimento à distância, o médico consegue ser mais preciso no diagnóstico de problemas cardiológicos e atuar de forma preventiva.
Se você quer entender mais sobre o que é, como funciona e as aplicações da telecardiologia, continue a leitura que vamos explicar tudo isso para você.
Aliás, nas próximas linhas vamos apontar as principais inovações dessa área da telessaúde.
Na telecardiologia, a assistência médica é prestada por cardiologistas, de maneira remota. As interações com pacientes, a prescrição de medicamentos, a emissão de laudos e diagnósticos, o acesso a resultados de exames (como o tele-eletrocardiograma) e o monitoramento do quadro de saúde são feitos à distância, via plataformas virtuais.
Todas as informações sobre os pacientes que estão tratando do coração ficam armazenadas em um sistema especializado e podem ser acessadas pelos profissionais para acompanhamento, identificação de doenças cardíacas e qualquer alteração que possa comprometer sua saúde.
Esse sistema pode ser acessado remotamente, pelo celular, desktop ou outro dispositivo móvel. Ou seja, o cardiologista não precisa estar presencialmente no hospital ou consultório para acessar as informações atualizadas sobre seus pacientes.
Conforme adiantamos no tópico anterior, a telecardiologia funciona a partir de uma plataforma desenvolvida especificamente para viabilizar as interações entre médicos e pacientes e o acompanhamento do quadro clínico à distância.
Todos os principais exames cardiológicos (Tele-ECG e Holter, por exemplo) podem ser acessados e laudados pelos médicos de maneira remota e segura por meio desse sistema. Assim que o exame é concluído, o resultado é encaminhado automaticamente para essa central online, em que apenas profissionais autorizados têm acesso.
Na prática, isso significa que o cardiologista não precisa estar fisicamente no mesmo hospital ou na clínica em que o paciente realizou tais exames. Dessa forma, obtém-se mais agilidade ao diagnosticar doenças cardíacas e prestar a assistência adequada para o paciente, o quanto antes.
Existem também sistemas que operam com inteligência artificial (IA) e fazem o cruzamento de dados, permitindo que os médicos façam o diagnóstico de problemas cardiológicos de maneira mais precisa.
Veja também: Laudo médico online: guia completo sobre a emissão desse documento em formato digital
A telecardiologia tem aplicações práticas em diversas frentes, todas com foco em facilitar o acesso à assistência, otimizar o tempo com exames e consultas, melhorar os diagnósticos e viabilizar o acompanhamento dos pacientes. Veja abaixo alguns exemplos.
O paciente com problemas cardíacos pode ser monitorado 24 horas por dia, sem precisar sair de sua residência. As informações coletadas por dispositivos são enviadas diretamente para a equipe médica e inseridas no prontuário eletrônico.
Por meio de videochamadas, os pacientes podem se consultar com os cardiologistas de maneira remota. Não é necessário se deslocar até o consultório quando o quadro é estável e não há urgência.
Os cardiologistas podem interagir entre si de maneira remota quando precisam de uma segunda opinião sobre os exames de um paciente, por exemplo, para confirmar diagnósticos e pedir conselhos sobre como seguir com o tratamento.
Na telecardiologia, os médicos têm a oportunidade de aperfeiçoar suas técnicas e seus conhecimentos de forma remota. Isso é muito útil para os profissionais que atuam em áreas mais distantes e não podem comparecer a cursos e conferências presenciais.
Na telecardiologia, os médicos conseguem se livrar de tarefas burocráticas e focar mais no paciente e em suas necessidades, promovendo uma assistência mais humanizada – ainda que de forma remota.
Na área de cardiologia, a telessaúde tem passado por inovações importantes que favorecem a atuação preventiva dos profissionais e que tem na tecnologia uma grande aliada.
Confira abaixo algumas das principais inovações:
Os resultados dos exames de tele-eletrocardiograma (Tele-ECG) e tele-ecocardiograma (Tele-ECC) são enviados para uma central online ou diretamente para a equipe médica responsável pelo paciente, que pode acessá-los de qualquer lugar.
As informações cardíacas coletadas pelo Holter e pela Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) também podem ser acessadas pelo cardiologista remotamente.
Os smartwatches e outros dispositivos vestíveis (wearables) enviam informações em tempo real sobre a pressão arterial, a frequência cardíaca, a saturação e outros dados relevantes pertinentes à saúde cardiovascular do paciente.
A inteligência artificial ajuda os profissionais de cardiologia a diagnosticar doenças cardíacas, com base em análises mais minuciosas de dados dos pacientes e identificação de padrões. Aliás, incorporar a IA na telessaúde permite recomendar alternativas terapêuticas mais eficazes para o quadro clínico de cada paciente.
Por falar nisso, a inteligência artificial médica se preocupa primariamente com a construção de programas de IA que realizam diagnósticos e fazem recomendações terapêuticas.
A telecardiologia integra o que chamamos de medicina do futuro. Apesar de já vermos suas aplicações no presente, essa ainda é uma tendência que deve ganhar mais força nos próximos anos. Cabe aos profissionais se manter atualizados para dominar essas e outras inovações tecnológicas na medicina.
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