Os exames ginecológicos de rotina são importantes para fazer o diagnóstico precoce de várias doenças e podem até mesmo prevenir cânceres, como o de útero e o de vagina, por exemplo. Uma consulta de rotina no ginecologista ajuda a evitar situações graves, já que os exames podem mostrar diversas alterações que podem ser controladas precocemente.
Além dos cânceres, alguns tipos de exames ginecológicos servem para diagnosticar ou tratar algumas doenças e alterações como:
Dessa forma, com base nos resultados dos exames ginecológicos de rotina o médico consegue tomar decisões mais direcionadas, bem como indicar alguma mudança de hábito de vida ou até mesmo a necessidade de fazer alguma intervenção mais invasiva para que sua paciente tenha mais qualidade de vida.
Mas, afinal, quais exames ginecológicos de rotina são os mais comuns? Veja os tipos de exames ginecológicos mais comuns a serem pedidos em uma consulta de rotina a seguir e veja também quais são os mais importantes.
O exame físico ginecológico é o primeiro exame realizado no consultório logo depois que o médico faz a anamnese. Esse exame ginecológico consiste em uma avaliação do corpo da mulher por completo, como:
Além disso, também inclui no exame ginecológico o exame de toque vaginal, que consiste na análise da região da vagina, do corpo e do colo do útero. O médico utiliza os dedos para ver e sentir essas regiões.
Durante o exame físico ginecológico também é comum realizar o exame especular para visualização do colo do útero. Na maioria das vezes nesse momento é coletado o material para realizar o papanicolau. É importante salientar que esses dois exames não são indicados para meninas virgens.
O papanicolau é um dos exames ginecológicos de rotina mais importantes que uma mulher deve fazer. Ele é responsável por prevenir o câncer de colo de útero e vaginal e, por isso, é também conhecido como exame preventivo.
É um exame simples e indolor, embora possa causar um leve desconforto. É colocado um espéculo vaginal para que o útero seja observado pelo médico. Depois, é feita uma raspagem das células do colo do útero com uma espátula e também é utilizada uma escovinha pequena para absorver células do canal vaginal.
O Ministério da Saúde recomenda que esse exame seja feito em mulheres de 25 a 64 anos (por ser a faixa etária mais acometida pelo HPV e suas manifestações) porém o ideal é que o exame seja feito a partir da primeira atividade sexual da mulher, homens transgênero e pessoas não binárias designadas mulher ao nascer.
Geralmente ele é feito uma vez ao ano, contudo, a periodicidade pode depender em cada caso.
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O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) a cada ano, o número de novos casos cresce cerca de 23%. Embora a mamografia não seja um exame ginecológico, ele é sempre solicitado em uma consulta de rotina pelo ginecologista. A mamografia serve para detectar o câncer de mama de maneira precoce.
A SBM recomenda que as mulheres a partir dos 40 anos comecem a fazer a mamografia, já o Ministério da Saúde recomenda a partir dos 50 anos.
Contudo, vale destacar que caso haja algum caso de câncer de mama na família, a mulher deve começar a fazer a mamografia 10 anos antes do caso detectado na família. Por exemplo, se a mãe ou irmã detectou o câncer de mama quando tinha 30 anos, a mulher deve começar a fazer a mamografia aos 20 anos.
A mamografia é realizada em um aparelho chamado mamógrafo, como o da imagem abaixo.
Além da mamografia, a ultrassonografia de mamas é outro exame importante para mulheres. Ele não substitui a mamografia, mas serve para complementar o resultado desse exame.
Com ele é possível ter um diagnóstico mais preciso se existe alguma formação de nódulo, por exemplo, ou se existe algum cisto mamário, além de detectar lesões em mamas que são mais densas, principalmente.
A ultrassonografia é um exame totalmente indolor. Ele é feito com a mulher deitada em uma maca, passe-se o gel nas mamas e o aparelho de ultrassom é deslizado por elas.
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Para realizar a ultrassonografia transvaginal, é introduzido um transdutor que passa pela vagina até chegar no colo do útero. É um exame vaginal que previne doenças ao detectar lesões e outras formações no útero.
Além disso, com esse exame também é possível avaliar de forma detalhada o endométrio, os ovários e o útero por completo e detectar qualquer pólipo, mioma, cistos, tumores de endométrio e de ovários, entre outros.
Esse exame é indicado a partir do momento que a mulher possui alguma queixa pélvica, como dor, sangramento ou algum outro desconforto, ou para investigação de alguma alteração em outro exame. Além disso, ele também é utilizado no início de gravidez, pois com ele é possível ver o bebê pequenino com mais clareza dentro do útero.
A Suprapúbica tem basicamente a mesma função que a transvaginal, porém é mais indicada à mulheres virgens, já que nesse caso, o transdutor é colocado em cima da região ventral e não pelo interior da vagina.
Outra diferença é que na pélvica os detalhes não são tão claros, como na transvaginal, na qual é possível ter uma visualização mais pormenorizada.
A ultrassonografia pélvica é um exame realizado com a bexiga cheia para ter uma melhor visualização da parte interna do útero e dos ovários.
A colposcopia é um exame complementar ao papanicolaou. Ela pode ser feita no mesmo momento em que é feito o papanicolaou, mas também pode ser solicitada posteriormente sem nenhum problema. Ela serve para direcionar uma biópsia, ou seja, se no papanicolaou foi identificada uma lesão, o médico pode pedir a colposcopia para estudá-la melhor.
A colposcopia também é um exame vaginal, e é realizada por meio da introdução de líquidos no colo do útero que, ao mudarem de cor, a lesão é identificada. Nesse momento o médico coleta um pouco de material para realizar a biópsia. Por conta disso, nem todas as mulheres precisam fazer colposcopia, já que ela só é realizada em caso de lesão no colo do útero.
Da mesma maneira, também existe a vulvoscopia que é um exame bem parecido com a colposcopia. Porém, ao invés de visualizar o colo do útero, é a parede vaginal que é analisada, o órgão genital externo. Por meio da vulvoscopia é possível identificar a presença de HPV, verrugas ou a causa de alguma coceira vaginal.
A laparoscopia diagnóstica ou videolaparoscopia é uma cirurgia minimamente invasiva na região abdominal realizada com pequenas incisões. Pinças longas e finas com uma câmera no final são introduzidas em pequenos orifícios feitos na parede abdominal.
As imagens captadas por essas pequenas câmeras podem ser visualizadas em um monitor cirúrgico. Por meio delas é feita uma análise de toda a região para buscar onde está um possível problema.
Além de diagnosticar, com a videolaparoscopia é possível já agir sobre a lesão ou o tumor assim que for identificado. Dessa forma, além de diagnosticar, ela também possui uma função terapêutica. Com a laparoscopia é possível retirar miomas, cistos no ovários, fazer a histerectomia, ligadura de trompas, tratamento de endometriose entre outros procedimentos.
A histerossalpingografia ou HSG é um exame de imagem e é indicado especialmente para aquelas mulheres que desejam engravidar. Isso porque ele serve para verificar alguma causa possível de infertilidade. Com ele é possível visualizar o útero e as trompas de Falópio.
Esse exame pode gerar um pequeno desconforto, como se fosse uma cólica menstrual. Contudo, a intensidade dele pode variar de acordo com a sensibilidade da mulher.
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Embora os exames de sangue não sejam exames ginecológicos, eles também fazem parte de um check-up ginecológico. Isso significa que certamente o médico irá pedir exames de sangue básicos para descobrir se alguma possível alteração de hormônios, por exemplo, ou se há alguma infecção.
No caso da busca por uma infecção, é chamado de rastreamento infeccioso e serve para identificar alguma doença, como HIV, candidíase, sífilis, ou alguma outra doença sexualmente transmissível. Além da coleta de sangue é possível também ser pedido um exame de urina ou de fezes.
A ressonância magnética é um exame de imagem e um dos exames ginecológicos de rotina mais importantes para identificar a endometriose, que é uma doença inflamatória causada por células do endométrio.
Com esse exame é possível analisar lesões ovarianas e diferenciar vários tipos de cistos.
Mas, será que é importante fazer todos esses exames anualmente? Eles são indicados para todas mulheres? Quais os exames ginecológicos de rotina devem ser feitos todo ano?
Antes de saber quais exames ginecológicos mais importantes vale destacar que a consulta de rotina com o ginecologista é imprescindível e o primeiro passo a ser dado. Isso porque é o médico quem vai avaliar quais são os exames necessários para cada caso e depois fazer o pedido médico
Dessa forma, ainda que seja um exame ginecológico de rotina, pode ser que um determinado tipo não seja indicado ou necessário para o seu caso. Contudo, de uma maneira geral, os nomes dos exames ginecológicos de rotina mais importantes são:
Agora, principalmente para as meninas mais novas que ainda não ficaram menstruadas ou que acabaram de ficar, é comum surgir a dúvida de quando ir ao ginecologista. É importante salientar que a menina deve ir ao ginecologista durante sua puberdade, assim que houver interesse no início de uma vida sexual ativa ou logo após a primeira experiência sexual.
Por isso, durante a consulta é bom sempre dizer ao médico se a vida sexual é ativa ou se é virgem para que ele saiba quais os tipos de exames ginecológicos podem ser prescritos.
É importante que logo após a primeira menstruação a menina já procure um ginecologista. Algumas, no entanto, caso comecem a se desenvolver mais cedo, é possível antecipar essa consulta. Além disso, assim que inicia a vida sexual também é imprescindível que ela procure um ginecologista.
Após ir pela primeira vez, de uma forma geral, a consulta de rotina com ginecologista deve acontecer pelo menos uma vez ao ano. Ainda que a mulher não esteja sentindo nada, é importante fazer os exames ginecológicos de rotina exatamente para ver se está tudo ok e prevenir qualquer doença que possa surgir. Afinal de contas, é bem mais fácil tratar antes que ela apareça, certo?
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