Está cansada de lidar com pílulas hormonais e anticoncepcionais injetáveis? Se sim, saiba que você pode contar com diferentes tipos de DIU para evitar uma gestação indesejada, de forma segura e prolongada.
O DIU é um método contraceptivo revolucionário que tem sido usado por mulheres ao redor do mundo há décadas. Desde sua invenção, em 1929, os Dispositivos Intrauterinos têm sido aperfeiçoados e, hoje, são considerados uma alternativa eficaz e de longa duração para prevenir a gravidez.
No entanto, de acordo com o Ministério da Saúde, apenas 2% das mulheres em plena vida fértil fazem uso do DIU no Brasil. O principal motivo para essa baixa adesão é a falta esclarecimento sobre como esse método funciona.
Tendo isso em vista, se você está interessada em saber mais sobre o que é, como funciona, as vantagens e desvantagens do DIU e, ainda, as diferenças entre as opções mais comuns, você está no lugar certo.
Preparamos um guia completo sobre os tipos de DIU. Com informações claras, objetivas e sem rodeios, nosso objetivo é ajudá-la a tomar uma decisão informada sobre o método contraceptivo mais adequado para seu perfil.
DIU significa Dispositivo Intrauterino. Trata-se de um método contraceptivo muito eficaz na prevenção da gravidez. Para você ter uma ideia, um estudo da Universidade de Princeton comprovou que o DIU tem 99% de eficácia. Esse índice é superior ao das pílulas anticoncepcionais.
A depender do seu tipo, o dispositivo pode apresentar formato em T ou Y e durar de 5 a 10 anos. Ele é flexível e fica posicionado internamente no útero. Basicamente, sua função é criar um ambiente desfavorável para que haja a fecundação do óvulo pelo espermatozoide.
O DIU é um método reversível. Ou seja, ele pode ser removido caso a mulher assim o queira. Depois de retirado do útero, ela volta a poder engravidar caso esteja no período fértil e tenha relações sem o uso de outros contraceptivos.
Diferentemente do que algumas pessoas pensam, o DIU não provoca infertilidade. A mulher recupera sua capacidade de engravidar imediatamente ou logo após a remoção do dispositivo – desde que não haja outros fatores preexistentes que comprometam a fertilidade.
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De modo geral, as diferenças entre os DIU estão no material com que o dispositivo é feito e na presença ou não de hormônios.
Entenda abaixo quais são os 4 tipos de DIU e como cada um deles funciona.
O DIU de cobre é o tipo mais comum de Dispositivo Intrauterino, tanto que ele é implantado gratuitamente na rede pública de saúde.
Esse é um DIU sem hormônio. Sua atuação anticoncepcional se dá a partir da ionização desse metal, que cria um ambiente “hostil” para o espermatozoides.
Vale lembrar que o DIU de cobre não é tóxico e é recomendado para mulheres que não querem ou não podem se expor a doses “extras” de hormônio.
Este também é um tipo de DIU sem hormônio. Seu material é composto por cobre, acrescido de um outro metal: a prata.
A combinação desses dois metais serve para estabilizar o cobre, evitando que ele se fragmente com o tempo. Dessa maneira, esse tipo de DIU tem duração superior ao que citamos anteriormente.
Além disso, a presença de prata reduz as cólicas e a intensidade do fluxo menstrual – que são efeitos comuns no DIU que só leva o cobre em sua composição.
Diferentemente das duas opções que acabamos de citar, este é um tipo de DIU com hormônio.
O Mirena é um DIU hormonal revestido de progesterona sintética (levonorgestrel). Ele age liberando continuamente esse hormônio no útero.
Assim, ocorre o espessamento do muco cervical e a inibição da ovulação. Em paralelo, o revestimento uterino se torna menos receptivo à implantação de um possível óvulo fertilizado.
O Mirena ainda reduz as cólicas e os fluxos menstruais intensos.
O Kyleena também é um DIU com hormônio sintético – o levonorgestrel. Ele atua, basicamente, da mesma forma que o anterior. No entanto, há diferenças entre o DIU Kyleena e Mirena.
A começar pelo formato, o Kyleena é menor e pode ser utilizado por meninas mais novas ou mulheres que têm um útero pequeno. Sua dosagem hormonal é menor.
Por sinal, esse DIU hormonal pode ser visualizado em exames de imagem e ultrassom, devido ao sulfato de bário na sua composição.
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Depois de conhecer os principais tipos do Dispositivo Intrauterino, que tal conferir as vantagens e desvantagens do DIU como método contraceptivo? Veja bem!
Conforme já mencionamos, o DIU é um método contraceptivo altamente eficaz – sua eficácia, inclusive, é superior a dos preservativos e das pílulas anticoncepcionais. Em parte, isso se deve ao fato de que a mulher não precisa lembrar de tomar o comprimido diariamente ou no dia seguinte à relação desprotegida.
A maioria dos Dispositivos Intrauterinos duram por 5 anos. De quebra, essa alternativa contraceptiva dispensa a necessidade de consultas muito frequentes para manutenção.
Você não precisa se preocupar com o uso diário ou com o momento correto de administrar o método.
O DIU é colocado dentro do útero, o que significa que ele não interfere na relação sexual. Pode ficar tranquila, pois o dispositivo não vai causar nenhum incômodo enquanto você estiver em momentos de intimidade e prazer com outra pessoa.
Já mostramos que existem opções de DIU com hormônio e sem hormônio. Dessa maneira, você tem a liberdade de escolher aquele que melhor se adapta às suas necessidades e preferências.
Nenhum dos tipos de DIU que citamos neste guia causa infertilidade. Eles previnem a gravidez; em contrapartida, você pode engravidar assim que o dispositivo for removido do útero.
É importante ressaltar que a implantação e a remoção devem ser feitas por um profissional de saúde habilitado para realizar esse tipo de procedimento.
Alguns DIU hormonais podem causar efeitos colaterais, como alterações no padrão da menstruação nos primeiros meses de uso (sangramento mais intenso, manchas ou até mesmo ausência de menstruação), sensibilidade nos seios e surgimento de acne. Já o de cobre, que não tem hormônio, pode agravar as cólicas menstruais.
Algumas mulheres não sentem nada quando implantam o DIU. Outras, já alegam certo desconforto no processo de inserção do dispositivo, devido ao tamanho inadequado do DIU para o útero.
De modo geral, esse ponto negativo é amenizado algumas horas depois que o procedimento é concluído.
Embora seja raro, existe um pequeno risco de perfuração uterina ou infecção durante a inserção do DIU. Porém, vale lembrar que esses riscos são minimizados quando o procedimento é feito por um profissional de saúde qualificado.
Após ponderar as vantagens e desvantagens do DIU, você ficou interessada em implantar um Dispositivo Intrauterino? Se sim, saiba que pode fazer isso pela rede pública.
Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é possível colocar o DIU de cobre gratuitamente. Para isso, basta procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua casa e solicitar a colocação do dispositivo.
Apesar de gratuito, existe a limitação a esse tipo de DIU. No caso, o SUS só faz a implantação do Dispositivo Intrauterino de cobre – que não tem hormônio.
Caso você tenha interesse em outro tipo de DIU, existe a possibilidade de procurar na rede particular. Aliás, fica mais fácil se tiver um plano de saúde. Isso porque as operadoras são obrigadas por lei a cobrir esse procedimento de implantação de DIU – tanto o hormonal como o não hormonal.
Verifique quais são as condições específicas do plano, pois algumas operadoras de saúde podem exigir autorização prévia ou depender da disponibilidade de redes credenciadas.
O custo do DIU pode variar dependendo do tipo de DIU escolhido e se você vai implantá-lo na rede pública ou privada.
Como acabamos de mostrar, pelo SUS, você não paga nada para colocar o DIU de cobre. Porém, fica restrita a esse único tipo de dispositivo.
Se você não tiver plano de saúde e quiser colocar outro tipo de DIU pela rede particular, será necessário arcar com custos relacionados ao próprio dispositivo, aos exames prévios e à consulta médica para a inserção.
Falando apenas do DIU, ele pode ser encontrado com preço a partir de R$ 100. Já o DIU que leva prata em sua composição tende a ser mais caro, podendo chegar a R$ 400.
Como você já sabe, o DIU é um método contraceptivo seguro e eficaz. Apesar disso, existem algumas condições médicas que podem impedir o uso do dispositivo intrauterino.
Antes de considerar DIU como uma opção contraceptiva, é necessário estar ciente dessas restrições. São elas:
Pessoas diagnosticadas com câncer de útero ou do endométrio geralmente são desaconselhadas a usar o DIU. Essa restrição se deve ao fato de que o dispositivo pode interferir no tratamento e monitoramento adequado da doença.
A presença de uma doença inflamatória pélvica ativa, como a clamídia ou a gonorreia, pode aumentar o risco de complicações se um DIU for inserido. Portanto, é importante tratar a DIP antes de considerar o uso do DIU.
Certas malformações do útero podem afetar a capacidade de colocação correta do DIU, o que tende a comprometer a eficácia contraceptiva deste dispositivo. Portanto, é essencial realizar uma avaliação médica para determinar se o útero possui uma forma adequada para a colocação do DIU.
Quando o canal do colo do útero apresenta um estreitamento significativo – condição conhecida como estenose cervical -, pode ficar mais complicado ou inviável inserir o dispositivo intrauterino corretamente.
Esse estreitamento tende a dificultar a passagem do aplicador ou do próprio DIU, comprometendo a colocação adequada do dispositivo e afetando a eficácia e segurança desse método contraceptivo.
Miomas uterinos são crescimentos benignos de tecido muscular que podem se desenvolver no útero. Eles podem variar em tamanho e no local em que são encontrados. Em alguns casos, ainda distorcem a cavidade uterina.
Quando os miomas estão presentes em uma localização que interfere na colocação adequada do DIU, pode ser desafiador inserir o dispositivo corretamente.
Por sinal, os miomas podem afetar a eficácia e segurança do DIU, além de potencialmente influenciar a experiência da pessoa em termos de conforto e bem-estar.
Sangramentos vaginais persistentes ou anormais, sem uma causa identificada, devem ser investigados antes de optar pelo DIU.
Existem várias razões pelas quais os sangramentos vaginais podem ocorrer, incluindo infecções, distúrbios hormonais, alterações no revestimento uterino e pólipos uterinos.
A propósito, é vital identificar a causa subjacente do sangramento para, assim, tratá-lo e garantir que o uso do DIU seja seguro e apropriado.
E então, gostou de saber mais sobre os diferentes tipos de DIU? Se houver alguma dúvida que este guia não respondeu, deixe um comentário que a gente vai te responder o mais rápido possível, tá bom?
Vale a pena ressaltar que a escolha do DIU mais adequado deve levar em consideração suas preferências e, também, as recomendações do ginecologista.
É muito importante que você consulte um profissional especialista para que possa avaliar o histórico de saúde e suas necessidades para, então, definir qual DIU é o método contraceptivo ideal.