A pandemia de covid-19 pegou muita gente de surpresa no começo de 2020. Logo nos primeiros meses, as pessoas precisaram se adaptar à nova realidade que passaria a vigorar pelos meses seguintes.
Nesse contexto, a telemedicina – modalidade que já existia, mas ainda de forma tímida – ganhou tração. Como um dos impactos da telemedicina, destaca-se o aumento no número de consultas realizadas à distância.
Somente no primeiro ano da pandemia, entre 2020 e 2021, mais de 7,5 milhões de consultas foram feitas no formato virtual.
Os usos da telemedicina ajudaram a evitar que as pessoas se contaminassem com o coronavírus ao sair de casa em direção à unidade de saúde para fazer uma consulta não urgente.
Além disso, essa modalidade tornou a medicina no Brasil mais acessível, pois as pessoas mais distantes dos centros urbanos puderam ter acesso ao atendimento médico online.
Tendo isso em vista, convidamos você a fazer uma reflexão sobre os impactos da telemedicina pós-pandemia.
Continue a leitura e confira também algumas expectativas para o futuro da medicina no Brasil, considerando a consolidação dos usos da telemedicina.
Muitos hospitais, clínicas e consultórios particulares se adaptaram bem aos usos da telemedicina durante a pandemia de covid-19 e decidiram integrar essa modalidade à rotina operacional, de forma permanente.
Diversos fatores favoreceram essa decisão, como: o amparo da legislação, a redução de custos, a otimização do tempo, o “desafogamento” do pronto-socorro e o surgimento de soluções tecnológicas que viabilizam o acesso aos médicos de modo virtual.
Quer entender melhor os impactos da telemedicina? Então, confira abaixo os principais.
No início da pandemia, houve a necessidade de criar uma legislação que desse amparo legal para a prática da telemedicina. Isso veio por meio da Portaria 467/2020 do Ministério da Saúde, que regulamenta essa modalidade no Brasil.
O texto preserva os direitos de livre consentimento do paciente, bem como a segurança e a confidencialidade dos dados e do atendimento.
O vídeo abaixo explica mais sobre as regulamentações da telemedicina no Brasil:
Antes da pandemia, muitos médicos, outros profissionais da área da saúde e até mesmo os pacientes se mostravam resistentes aos usos da telemedicina.
Porém, com o tempo, a adesão a essa modalidade de assistência ganhou capilaridade. Para você ter uma ideia, no período entre os dois primeiros meses de 2021 e o primeiro bimestre de 2022, a procura pelo atendimento por telemedicina aumentou 226%.
Outro importante impacto da telemedicina é que ela incentivou, direta ou indiretamente, o aprimoramento das tecnologias para a área de saúde. Prova disso é o aumento das chamadas healthtechs, empresas especializadas em desenvolver soluções tecnológicas inovadoras para o mercado de saúde.
Um estudo feito pela Liga Ventures, em parceria com a PwC Brasil, revelou que a quantidade de healthtechs saltou mais de 16% no país entre 2019 a 2022. Hoje, existem mais de 596 startups desse tipo.
Veja mais:
Com a telemedicina, o prontuário eletrônico faz mais parte da rotina dos profissionais de saúde.
Todas as informações sobre os pacientes ficam armazenadas de forma centralizada e podem ser compartilhadas entre médicos e outros profissionais. A intenção é ajudá-los a dar diagnósticos mais precisos e discutir a alternativa terapêutica mais adequada.
O acesso aos médicos e serviços de assistência à saúde ficou muito mais fácil com a telemedicina. Pessoas que moram em regiões mais distantes dos grandes centros urbanos podem se beneficiar do atendimento remoto, não precisando se deslocar até o hospital ou consultório para solucionar uma demanda não urgente e não grave.
As receitas digitais também estão intimamente ligadas à telemedicina. Agora, os pacientes não precisam ir até o consultório médico para conseguir a prescrição de um medicamento.
Após a consulta online, o médico pode prescrever digitalmente qualquer medicamento. A assinatura é feita por um certificado digital, sendo aceita pelo farmacêutico durante a dispensação.
Entenda melhor: Memed e receita digital: como funciona para médicos, pacientes e farmacêuticos
Todos os esforços direcionados à consolidação da telemedicina no Brasil devem se tornar ainda mais intensos nos próximos anos – impulsionados, principalmente, pelo maior acesso da população a ferramentas de comunicação e plataformas de consultas online.
A telemedicina tende a se tornar cada vez mais indispensável para as instituições de saúde que buscam atender às necessidades dos seus pacientes e se fortalecer no mercado com foco na inovação.
Descubra abaixo quais são as expectativas em relação aos usos da telemedicina no Brasil:
Espera-se que os investimentos em telemedicina continuem se expandindo nos próximos anos. Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, Guilherme Hummel – coordenador científico da Sociedade de Sistemas de Gestão e Informação em Saúde (HIMMS) – prevê que, até 2024, o mercado de telemedicina acumule cerca de US$ 8 bilhões em investimento:
“Hoje, no mundo, há uma população de 7,3 bilhões de habitantes e a estimativa é de 1,3 patologias por habitante. Não existe como a oferta de serviço chegar perto da demanda. Segundo a Organização Mundial de Saúde, no mundo hoje há um déficit de 8 milhões de médicos”.
É de se esperar que mais atendimentos de urgência sejam feitos virtualmente. Em situações pouco ou nada graves, os pacientes poderão se consultar remotamente com os médicos de plantão e dar início ao tratamento o quanto antes.
Em paralelo, enfermeiros poderão atuar na triagem virtual desses pacientes.
Da percepção dos sintomas até o início do tratamento e retorno do paciente ao consultório para acompanhamento: toda essa jornada deve se tornar ainda mais digitalizada. A necessidade de comparecer presencialmente a um hospital ou consultório médico tende a ser menor com a expansão da telemedicina.
Bom, ficou claro para você quais são os impactos da telemedicina no pós-pandemia? E o que achou das tendências dessa modalidade para a medicina no Brasil?
Se você ainda não aderiu à telemedicina na sua clínica ou hospital, saiba escolher a plataforma ideal com todos os recursos necessários para realizar os atendimentos, organizar as informações sobre cada paciente no prontuário eletrônico e fazer a prescrição digital de medicamentos.