O primeiro caso de Alzheimer foi descrito pelo médico alemão Aloysius Alzheimer em um congresso científico na Alemanha. De 1901 a 1906, ele tratou Auguste Deter, uma mulher que apresentava um quadro de demência (ou seja, a perda progressiva de funções cognitivas, como memória, linguagem, raciocínio etc.) e, por isso, não conseguia responder perguntas simples – como seu nome, idade, endereço, etc.
Em 1906, Auguste Deter faleceu. Aloysius Alzheimer, ao fazer a autópsia do corpo, percebeu que o cérebro da paciente continha certas lesões.
O médico identificou a presença de placas beta-amiloide e emaranhados neurofibrilares que, quando existentes, significam que há uma atrofia nas áreas afetadas. Então, em 1910, o caso de Auguste Deter foi definido como doença de Alzheimer.
Mais de 110 anos depois, essa doença continua sem cura e os casos vêm aumentando a cada ano com o envelhecimento da população.
No Brasil, dos mais de 30 milhões de brasileiros com mais de 60 anos, estima-se que 2 milhões apresentam algum grau de demência. Desse total, cerca de 40% a 60% dos casos são Alzheimer.
Segundo a Alzheimer’s Disease International, acredita-se que os casos de Alzheimer podem chegar a 74,7 milhões em 2030. Em 2050, a expectativa aumenta para 131,5 milhões.
Diante desse cenário, elaboramos este conteúdo para esclarecer todas as suas dúvidas sobre:
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que se manifesta no cérebro de maneira progressiva. Essa condição se caracteriza pela perda de funções cognitivas.
O Alzheimer é consequência de falhas no processamento de algumas proteínas do nosso Sistema Nervoso Central. Quando isso acontece, os neurônios e os espaços entre eles são tomados por fragmentos dessas proteínas mal processadas, que se tornam prejudiciais para o cérebro.
Dessa forma, o hipocampo e o córtex cerebral – áreas que controlam a memória, o raciocínio, a linguagem e a reação a estímulos sensoriais – começam a perder neurônios de forma progressiva e, consequentemente, afetar a cognição.
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Não existe ainda uma definição categórica sobre o que causa a doença de Alzheimer.
Porém, existem evidências suficientes para acreditar que essa é uma condição que pode estar ligada a fatores hereditários.
Além disso, a comunidade médica e científica vem realizando estudos que buscam entender a relação causal entre o Alzheimer e outras doenças, como diabetes e doenças cardiovasculares.
Os sintomas do Alzheimer se manifestam de forma gradual no paciente. Conforme veremos mais à frente nas fases da doença, os primeiros sinais de que a pessoa pode estar com Alzheimer é a perda de memória.
O paciente começa a esquecer coisas triviais, como onde guardou determinados objetos e o nome de pessoas que fazem parte do seu convívio regular.
Há também a perda da capacidade cognitiva para executar determinadas ações e desenvolver um raciocínio lógico. Por exemplo, dificuldade em encontrar palavras, dificuldade em tomar decisões, não conseguir identificar por vezes tempo e espaço, agressividade, perda de interesse em atividades que antes gostava, etc.
Os sintomas do Alzheimer podem variar de pessoa para pessoa.
O Alzheimer, como você bem sabe, é uma doença neurodegenerativa progressiva. Isso significa que o quadro clínico do paciente tende a se deteriorar com o passar do tempo.
Nesse sentido, o Alzheimer é dividido em fases de acordo com a intensidade dos sintomas e da progressão da doença.
Essa é a fase inicial do Alzheimer, marcada por perda de memória ocasional. Muitas vezes, a pré-demência é confundida com o estresse cotidiano ou com o “envelhecimento natural do cérebro”.
Alguns sintomas a serem observados nessa fase influem dificuldades para:
As complicações decorrentes do Alzheimer se agravam na segunda fase. Elas se caracterizam por sintomas como:
Essa é a fase mais severa do Alzheimer. O paciente que chega no estágio avançado da doença manifesta sintomas como:
Os cuidados de um paciente com Alzheimer podem incluir o uso de medicamentos, fisioterapia e atividades que ajudem a estimular a cognição.
Existem algumas boas práticas a serem adotadas no dia a dia de cuidados do portador dessa doença e que podem melhorar a qualidade de vida do paciente e a rotina de cuidadores e familiares.
A doença de Alzheimer não é nada fácil, seja para o paciente ou para as pessoas que se dedicam aos cuidados da pessoa doente.
Lidar com as perdas cognitivas é desgastante e extremamente desafiador. Mas, agora que você já conhece mais sobre a doença, suas fases e as dicas de cuidados, esperamos que o enfrentamento seja menos árduo – caso algum familiar ou paciente seu tenha sido diagnosticado com Alzheimer.