É notória a maior preocupação das pessoas com a manutenção do próprio bem-estar e de seus familiares, além da garantia de uma boa saúde física e mental. Isso se deve, em parte, ao período traumático que vivemos com a pandemia de covid-19.
Fazendo um recorte para a saúde na América Latina, existe um grande potencial para desenvolvimento desse mercado, principalmente se considerarmos o “boom” das healthtechs nos últimos anos – que são empresas de tecnologias especializadas em serviços de saúde.
Com soluções inovadoras para a área, as healthtechs buscam atender às demandas de grandes players da saúde no que se refere à modernização e otimização de processos, atualização de metodologias, redução de custos a médio e longo prazo e, ainda, melhoria na jornada dos pacientes.
Para entender melhor sobre o cenário de inovação na saúde e na medicina latinoamericana, continue a leitura e confira uma panorama com dados e projeções mais atuais.
Nas próximas linhas deste conteúdo, você vai descobrir quais são as 6 principais tendências de inovação para a saúde na América Latina. Vamos lá?
A América Latina tem se mostrado um terreno fértil para a inovação na saúde. Existem dados que apontam um potencial de crescimento para a região.
O levantamento Tendências Globais dos Custos de Saúde 2022, realizado em 108 países pela Aon – empresa global especializada em corretagem e benefícios -, mostra que houve uma expansão de 7.4% nos custos de saúde na América Latina. Esse número é superior à média de expansão global, que ficou em 5%.
Falando especificamente do Brasil, o aumento dos custos em saúde ficou em 8.3%, atrás apenas do México (12,9%) e do Equador (12.6%).
No que se refere ao mercado global de saúde digital, o estudo intitulado Hospitais Inteligentes: Tendências e Estratégias de Mercado 2021-2026 – realizado pela Juniper Research – estima que, até 2026, esse mercado dobre de tamanho, saltando de US$ 29 bilhões ao ano para US$ 59 bilhões por ano.
Essa projeção é impulsionada pelos Estados Unidos e a China, países que detêm cerca de 60% do mercado de saúde digital.
Porém, a saúde na América Latina fica bem atrás dessa previsão global. Espera-se que, nesse mesmo período, o mercado Latam não avance mais do que 5%. Isso mostra a necessidade de ampliar os investimentos em infraestrutura digital para a consolidação da telemedicina.
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Existe um grande espaço para a expansão de soluções inovadores na saúde e medicina latinoamericana.
Destacamos aqui algumas tendências que podem ganhar mais força a partir de 2023 e se consolidar em hospitais, clínicas, indústrias farmacêuticas nos próximos anos.
O mercado de healthtechs tem registrado uma crescente nos últimos anos. Tudo indica que o fortalecimento dessas empresas deve se consolidar na medicina latinoamericana.
Segundo um estudo feito pela Liga Ventures em parceria com a PwC Brasil, a quantidade de healthtechs cresceu mais de 16% no Brasil de 2019 a 2022. Hoje, existem mais de 596 startups que desenvolvem soluções tecnológicas para a área da saúde.
O levantamento aponta também que, entre 2019 e 2022, as healthtechs movimentaram aproximadamente R$ 1,79 bilhão.
Com o mercado de saúde digital em expansão, impulsionado principalmente pela recente pandemia de covid-19, essas empresas buscarão atender às demandas emergentes do setor, como:
A telemedicina ganhou tração durante a fase mais aguda da pandemia do coronavírus e tem se provado uma tendência que veio para ficar.
Além das consultas feitas à distância, o prontuário eletrônico, a prescrição digital e o agendamento online de consultas e exames vão se tornar cada vez mais comuns, democratizando o acesso à saúde e melhorando a experiência dos pacientes.
Ainda falando sobre experiência dos pacientes, um levantamento feito pela Digital Commerce 360 Statistics revelou que 8 em cada 10 gestores executivos encaram a experiência do paciente como prioridade, o que deve se manter durante 2023 e nos anos seguintes.
As instituições de saúde devem ampliar seus investimentos com foco em garantir que os pacientes tenham a melhor experiência possível em todos os pontos de contato. Para isso, o atendimento humanizado e o acompanhamento de métricas de satisfação são pontos que não devem fugir do radar.
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Outra forte tendência de inovação na saúde que deve se consolidar na América Latina é o monitoramento remoto dos pacientes por meio de dispositivos vestíveis (wearables), como pulseiras e relógios inteligentes – além de gadgets implantados na pele.
Esses recursos monitoram integralmente o estado de saúde do paciente, produzindo relatórios completos em tempo real, os quais são enviados para o celular dos médicos.
O metaverso busca simular situações e provocar uma experiência mais imersiva para pacientes e médicos. Essa tendência tecnológica pode ser usada para treinamentos, realização de procedimentos à distância, terapias e outras possibilidades promissoras.
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Os “cobots”, como também são chamados os robôs colaborativos, são máquinas desenvolvidas para executar com precisão tarefas inerentes à produção e organização de medicamentos e, também, à operação administrativa de hospitais.
O uso dessa tecnologia expõe as indústrias farmacêuticas e instituições de saúde a menos erros humanos, aumentando a produtividade e promovendo a redução de custos operacionais.
No vídeo abaixo, você confere alguns exemplos de aplicações de robôs colaborativos:
O objetivo da e-farma é permitir que os pacientes possam adquirir os medicamentos de forma online, sem precisar se deslocar até o balcão das farmácias e drogarias.
Em plataformas como a Memed+, por exemplo, o paciente escolhe os itens e recebe-os em casa, com agilidade e segurança. Com a prescrição digital, é possível fazer, inclusive, a dispensação de medicamentos que exigem retenção de receita médica.
Bom, quando falamos em inovação em saúde na América Latina, percebemos que essa é uma área que ainda está em processo de amadurecimento. O potencial de expansão é grande e os investimentos devem continuar aumentando nos próximos anos.