Você sabia que, além do sistema respiratório, o novo coronavírus pode afetar o sistema nervoso e, consequentemente, as funções neurológicas e cognitivas? A neuroCOVID é o nome dado a esse quadro que precisa de tratamento para evitar complicações e piora na qualidade de vida pós-infecção.
Desde o início da pandemia, várias pesquisas sobre neuroCOVID já foram publicadas e alertaram a população em geral sobre as alterações que o vírus pode provocar ou desencadear no corpo humano.
Um detalhe bastante divulgado é que uma pessoa não precisa necessariamente passar por um quadro grave para ter complicações neurológicas da COVID-19. Pacientes com quadros moderados, leves e até sem sintomas estão igualmente vulneráveis.
Neste artigo, explicaremos o que é, os efeitos psiquiátricos e cognitivos, os desafios do tratamento e a importância da prevenção da infecção pelo SARS-CoV-2.
Boa leitura!
A neuroCOVID é o nome dado ao quadro em que a infecção pelo novo coronavírus provoca alterações nas funções neurológicas e cognitivas dos pacientes. Considerada uma sequela da COVID-19, os sintomas provocam desde alterações leves até as mais complexas, além de piorar transtornos preexistentes.
No início de 2022, foi divulgado o maior estudo brasileiro sobre os sintomas neurológicos da COVID-19, realizado pelo Laboratório de Neuro-Proteômica da Unicamp junto com a USP de Ribeirão Preto.
A pesquisa analisou as ressonâncias magnéticas de pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 que tiveram quadros leves da doença, mas com queixa de alterações neurológicas. Nos resultados, foi constatado um atrofiamento da região frontal do cérebro, que coordena funções como raciocínio e foco.
Além de pacientes que sobreviveram à doença, o estudo analisou materiais biológicos daqueles que não resistiram à infecção e fez uma correlação entre o vírus da COVID-19 e os astrócitos, células do sistema nervoso que dão ‘suporte’ aos neurônios.
Nos testes, os pesquisadores constataram que neurônios saudáveis colocados em contato com astrócitos infectados pelo SARS-CoV-2 morriam 60% mais do que se os neurônios fossem infectados diretamente.
De acordo com o coordenador do estudo, Daniel Martins de Souza, “isso quer dizer que, de alguma forma, a infecção dos astrócitos pelo novo coronavírus produz um ambiente tóxico para os neurônios, que pode levar à sua morte”.
Os principais sintomas neurológicos da COVID-19 levantados pela pesquisa Unicamp/USP são:
Os efeitos psiquiátricos e cognitivos da COVID longa formam uma lista extensa de alterações, como estresse pós-traumático, transtorno de ansiedade, depressão, insônia, dificuldade de concentração, cansaço e névoa mental e esquecimento.
Em uma pesquisa da Universidade Oxford, publicada na revista científica The Lancet Psychiatry, 34% dos pacientes que se recuperaram de infecções leves pelo novo coronavírus apresentaram sintomas psiquiátricos ou neurológicos após seis meses.
Esses sintomas afetam a cognição, ou seja, a capacidade de assimilar e reter conhecimento, além de afetar a saúde mental e o bem-estar psíquico e emocional.
Os resultados chamam a atenção para a ocorrência de sintomas da neuroCOVID em longo prazo, mesmo quando os pacientes não são internados.
Outro estudo feito pela USP sobre os efeitos psiquiátricos e cognitivos da COVID longa em pessoas que tiveram quadro moderado ou grave registrou altas taxas de diagnóstico psiquiátrico, bem como problemas cognitivos de seis a nove meses após a infecção.
Dos 425 adultos avaliados, 8% foi diagnosticado com depressão, 15,5% com transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e 13,6% com transtorno de estresse pós-traumático.
Outro informação interessante levantada pela pesquisa é que não houve relação entre a gravidade da doença no início e o grau de comprometimento mental e cognitivo posterior.
Diante dos resultados das pesquisas sobre neuroCOVID, é fundamental que, ao observar os sintomas, os pacientes procurem ajuda médica. Só assim será possível estudar o caso e verificar se a causa está ou não associada à infecção.
O neurologista tem um papel estratégico nesse aspecto, pois faz a anamnese conforme o relato do paciente, como foi o quadro de COVID-19, os sintomas predominantes, quais funções foram mais afetadas e se houve intubação, entre outras informações.
Os testes padrão para avaliar a capacidade de fala, habilidades motoras e de memória podem ser realizados para agregar evidências ao diagnóstico.
Assim, o tratamento para sequelas neurológicas da COVID muda de acordo com o tipo e gravidade dos sintomas.
Na maioria dos casos, a abordagem é multidisciplinar, envolvendo várias especialidades como psicologia, psiquiatria, fisioterapia e fonoaudiologia, entre outras, que, juntas, fazem a reabilitação motora, cognitiva e psiquiátrica dos pacientes.
As evidências científicas reforçam que a neuroCOVID pode afetar as pessoas independentemente do quão grave foi a infecção. Logo, a melhor forma de se prevenir dos efeitos neurológicos da infecção pelo SARS-CoV-2 é evitando o contágio e mantendo o cronograma vacinal completo.
Seguir as recomendações de higiene pessoal e social, usando máscara em locais aglomerados e instituições de saúde, cobrindo a boca e o nariz com o braço ao espirrar, higienizando as mãos e evitando passá-las na boca e olhos, é vital para se preservar e proteger pessoas próximas.
A saúde mental é um estado de bem-estar que deve ser preservado e, uma vez que é possível se prevenir, o principal é evitar a COVID por todos os meios possíveis.
Segundo o Ministério da Saúde, 19 milhões de pessoas estão atrasadas com a aplicação da segunda dose da vacina. Se você é uma delas, busque a unidade de saúde próxima e atualize seu esquema vacinal.
Leia também: Tratamento preventivo: o que é? Qual sua importância?
Além da COVID-19, é fundamental estar em dia com exames e check ups médicos, evitando tratamentos paliativos que podem “mascarar” sintomas importantes de serem diagnosticados.
Com esse cuidado evita-se a automedicação, seguindo a recomendação adequada e orientada por um médico de confiança.
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