As pílulas anticoncepcionais provocaram uma verdadeira revolução comportamental na sociedade moderna.
Após a sua criação na década de 1960, as mulheres passaram a ter maior controle sobre o seu próprio corpo e liberdade para exercerem sua sexualidade sem o risco de uma gravidez indesejada.
Neste conteúdo especial, vamos falar um pouco sobre a história dos anticoncepcionais, sua composição e como eles atuam no organismo da mulher.
Vamos explicar também a diferença das pílulas com baixa dose de hormônio em relação aos anticoncepcionais tradicionais e quando os anticoncepcionais são recomendados.
Você vai conhecer também os principais efeitos colaterais que as mulheres podem sofrer ao utilizarem esse medicamento.
Por fim, vamos mostrar uma lista de anticoncepcionais com baixa dosagem hormonal – os principais disponíveis no mercado.
No dia 3 de maio de 1960 foi lançada nos Estados Unidos a primeira pílula anticoncepcional.
A Enovid-R chegou ao mercado com a promessa de promover o controle de natalidade e garantir que as mulheres tivessem maior controle sobre o próprio corpo e a liberdade de escolher o melhor momento para se tornarem mães.
Uma curiosidade sobre a criação do primeiro medicamento anticoncepcional é que, a princípio, a intenção era combater a esterilidade feminina. Mas, no meio do caminho, chegou-se à fórmula contraceptiva do Enovid-R.
Se hoje é fácil encontrar quais são os anticoncepcionais que têm menos hormônios, naquela época as pílulas possuíam uma carga hormonal muito alta e que causava fortes efeitos colaterais.
Com maior autonomia para escolher o momento mais adequado de se tornarem mães, as mulheres puderam ocupar mais espaço no mercado de trabalho e nas universidades.
Apesar de esse método de controle de natalidade ser considerado um grande avanço científico e um marco no comportamento da sociedade, nem tudo eram flores nos primeiros anos da pílula anticoncepcional.
As grandes doses de hormônio das primeiras pílulas desenvolvidas causavam significativos efeitos colaterais nas mulheres, como trombose e doenças cardiovasculares.
Felizmente, os avanços da ciência no decorrer das décadas seguintes possibilitaram aprimorar a composição desse medicamento.
Foi apenas a partir da década de 1980 que a quantidade hormonal presente na composição das pílulas anticoncepcionais passou a ser ajustada e teve sua concentração diminuída.
Hoje, existem pílulas de baixa dosagem hormonal e igualmente (ou até mais) eficazes.
Pra você ficar ainda mais por dentro deste tema, trouxemos este vídeo do canal do Drauzio Varella para você:
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Os anticoncepcionais são compostos de duas formas. A primeira se refere às pílulas que contém dois hormônios sintéticos em sua composição: o estrogênio e o progestogênio.
Já o segundo tipo de pílula anticoncepcional apresenta apenas o progestogênio em sua composição.
Como o próprio nome sugere, os medicamentos anticoncepcionais agem de modo a evitar uma gravidez.
Para isso, as substâncias presentes nas pílulas bloqueiam a ovulação. Além disso, os medicamentos contraceptivos deixam o muco cervical mais espesso, dificultando a passagem dos espermatozoides pelas trompas uterinas para fecundarem o óvulo.
A pílula também atua no impedimento da dilatação do útero. Isso dificulta a passagem dos espermatozóides pelas cavidades uterinas.
E caso o óvulo venha a ser fecundado, os hormônios presentes nos anticoncepcionais deixam a parede do útero mais fina, impedindo que esse óvulo seja implantado e dê início a uma gravidez.
O que difere os anticoncepcionais com baixa dosagem hormonal das outras pílulas mais comuns e tradicionais é justamente a concentração de hormônios que compõem a fórmula do medicamento.
É possível encontrar no mercado anticoncepcionais com dosagem de 100 microgramas de estrogênio sintético, o que é considerado um valor elevado.
Essa alta concentração, conforme veremos mais à frente, pode gerar efeitos indesejados para as mulheres.
Por isso, foram desenvolvidas as pílulas de baixa dosagem hormonal, que costumam concentrar 15, 20, 30 e até 35 microgramas de estrogênio e podem reduzir os efeitos colaterais, apresentando a mesma eficácia.
Agora, algumas dicas da Dra. Laura Garambone sobre outros métodos anticoncepcionais:
Como bem mencionamos anteriormente, o uso de anticoncepcionais que apresentam dose elevada de hormônios pode causar alguns efeitos colaterais para as mulheres.
O principal deles se refere à trombose, que é uma condição que se caracteriza pela formação de coágulos que prejudicam a circulação normal de fluxo sanguíneo e levam à inflamação dos vasos sanguíneos quase sempre dos membros inferiores.
Além disso, pílulas com altas doses de estrogênio podem levar ao aumento de peso, inchaço e dores nos seios, distúrbios vasculares e maior propensão ao câncer de útero.
Por outro lado, no caso das pílulas de baixa dosagem hormonal, a ocorrência de efeitos colaterais cai de maneira significativa. Na verdade, os anticoncepcionais com baixa dosagem hormonal podem até trazer benefícios para o útero.
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Neste vídeo, você pode ver como ela funciona:
Os anticoncepcionais com baixa dosagem hormonal são recomendados justamente para evitar que as mulheres sejam acometidas pelos efeitos colaterais que citamos acima.
Quanto ao momento ideal para começar a tomar medicamentos contraceptivos, aconselha-se que seja antes de iniciar a vida sexual, até mesmo para receber orientações médicas que a preparem para a atividade sexual.
Em média, a vida sexual das mulheres brasileiras, segundo estudos, se inicia por volta dos 15 anos. E, ao contrário do que muitos pensam, o uso de pílulas anticoncepcionais nessa idade não atrapalha o desenvolvimento da adolescente nem causa infertilidade quando ela atinge a fase adulta devido à baixa concentração de hormônios.
De qualquer modo, para fazer o uso correto de medicamentos anticoncepcionais, independentemente da idade, o ideal é procurar um médico para que ele possa fazer a devida avaliação.
Apesar dos efeitos colaterais dos anticoncepcionais com baixa dosagem hormonal serem menores, existem algumas situações que a suspensão desse medicamento é recomendada.
Por exemplo, quando a mulher for fazer uma cirurgia, é indicado que ela interrompa o uso de anticoncepcional pelo período de quatro a seis semanas antes do procedimento.
Essa recomendação se dá ao fato de que o medicamento contraceptivo pode aumentar os riscos de formação de trombos.
A suspensão do uso de pílulas anticoncepcionais também é recomendado quando a mulher apresenta fortes dores de cabeça e alterações na visão sem nenhuma outra causa aparente. Nesse casos, o uso do medicamento é interrompido para averiguar se esses sintomas são reflexos de alterações vasculares causadas pelo uso do anticoncepcional.
Outra situação em que os anticoncepcionais não são recomendados é quando o período menstrual diminui bastante.
Se, por exemplo, a duração do fluxo costumava ser de 5 a 7 dias antes de começar a usar a pílula e, após dar início ao uso desse medicamento, o período cai para 1 ou 2 dias (ou até mesmo dia nenhum), o médico pode suspender a medicação para averiguar o caso e talvez receitar um medicamento com uma dosagem hormonal diferente.
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O climatério é uma fase da vida da mulher que marca a transição do período reprodutivo para o não reprodutivo. Geralmente, essa fase ocorre entre os 35 e 65 anos de idade.
Até os 50 anos, a mulher ainda pode engravidar; é pouco provável, mas não impossível. Tendo isso em vista, a mulher pode sim fazer o uso de anticoncepcionais com baixa dosagem hormonal.
Porém, no caso de mulheres que se encontram nessa faixa de idade e que são fumantes, hipertensas, obesas ou portadoras de diabetes, o uso de medicamentos contraceptivos não é recomendado.
Lembra que falamos que as pílulas podem favorecer a formação de trombos? Pois bem. Mulheres que apresentam as condições que acabamos de citar já possuem maior tendência para trombose e vasos sanguíneos mais fragilizados, o que pode ser agravado com o uso de anticoncepcionais.
Sim. Além das pílulas contraceptivas, é possível também administrar esses medicamentos por via injetável.
Nesse caso, a mulher recebe uma dose única mensal do anticoncepcional. Essa é uma boa alternativa para aquelas que possuem algum tipo de intolerância à ingestão dos medicamentos por via oral, ou mesmo para o caso de pessoas que acabam esquecendo de tomar a pílula regularmente. Sem falar na praticidade.
Além disso, especialmente em se tratando de adolescentes, o uso de anticoncepcional injetável pode ser mais vantajoso. Isso porque, diferentemente do que é observado quando se trata dos comprimidos, as meninas tendem a não esquecer de tomar a dose nos dias certos.
Outro ponto que conta a favor do anticoncepcional injetável é a privacidade.
O Dr. Drauzio Varella fala um pouco mais sobre este tipo de método anticoncepcional neste vídeo, aperte o play e assista:
Quais são os anticoncepcionais que têm menos hormônios?
Atualmente, existem muitos medicamentos contraceptivos disponíveis no mercado.
As pílulas simples apresentam em sua composição apenas o hormônio progesterona. Elas costumam agir na parte interna do útero (endométrio) e no muco cervical.
Dentre as principais opções de medicamento desse tipo, destacam-se:
Já as pílulas combinadas apresentam progesterona e estrogênio em sua composição. Os efeitos colaterais desse tipo de anticoncepcional nos vasos sanguíneos são menores. Além disso, ele atua mais na inibição da ovulação.
São exemplos de pílulas combinadas os medicamentos:
Bom, agora que você já conhece quais são os anticoncepcionais que têm menos hormônios e como esse medicamento atua no organismo, não deixe de consultar um médico antes de começar a fazer o uso deliberado dessas pílulas.
Somente um profissional especializado vai saber avaliar a situação da mulher e receitar o medicamento contraceptivo com a dosagem hormonal mais adequada.
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