Quem passa por uma cirurgia, faz tratamento de câncer ou trata da dor crônica tem contato com medicamentos opioides que possuem esses e outros usos bastante específicos. Porém, qual o perigo dos opioides e por que seu uso é tão comentado?
Os Estados Unidos são a principal referência sobre o tema por causa da crise que o país vive com essa classe de medicamentos. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), de 1999 a 2020, mais de 263 mil pessoas morreram por overdose de analgésicos opioides prescritos, um crescimento cinco vezes maior em 20 anos.
Um levantamento da Anvisa, feito para o jornal Folha de S. Paulo, mostra que, de 2012 a 2018, a venda com prescrição de opioides no Brasil aumentou 465%.
Essas estatísticas reforçam o quanto a educação dos pacientes é essencial para evitar o abuso de substâncias. Além disso, os médicos devem ser criteriosos ao incluir o medicamento nos protocolos.
Neste artigo, explicaremos o que são opioides, as indicações de uso, a ação no organismo, os tipos mais comuns e os efeitos colaterais.
Boa leitura!
Os opioides são um tipo de fármaco analgésico que se liga aos receptores opioides do sistema nervoso central e possui propriedades similares às dos opióides endógenos (produzidos pelo corpo humano). Sua origem pode ser natural, semissintética ou sintética, servindo principalmente para o alívio da dor.
Alguns exemplos de situações em que o remédio é utilizado são:
Na área médica, o principal motivo de preocupação é em relação à prescrição inadequada dos analgésicos dessa categoria. Isso porque as chances de adição, ou seja, de desenvolver vício na substância, são muito altas.
A falta de controle de uso gera uma crise de saúde pública como a que acontece nos Estados Unidos. Somado a esse contexto no mercado legal, a fabricação ilegal para comercialização como entorpecente é outro perigo enfrentado.
O papel dos médicos nesse contexto é analisar com critério a prescrição, avaliando a eficiência de outros tipos de analgésicos que não tenham risco de dependência, antes de tentar um opioide.
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Os opioides agem nas células do sistema nervoso central (SNC), ligando-se aos receptores opioides presentes nas terminações nervosas, principalmente as do núcleo do trato solitário, e de outras áreas e órgãos do corpo.
Os receptores opioides se conectam com as proteínas G inibitórias. Quando essa proteína é ativada, a excitabilidade neuronal diminui, o que resulta na redução da neurotransmissão de impulsos nociceptivos.
Os impulsos são mensagens que chegam ao SNC para avisar que houve um dano nos tecidos. Uma vez percebidos, a sensação de dor é um efeito natural do processo.
Então, o resultado final da ação dos opoides no corpo é a modulação da dor, proporcionando alívio e relaxamento do sintoma.
A classificação tradicional separa as substâncias de acordo com a potência de analgesia (forte, intermediário e fraco). Os medicamentos também são separados pela origem da droga (natural ou sintética). Os tipos mais comuns em cada categoria são:
Classificação dos opioides | |
Tradicional | Origem |
Forte
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Natural
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Intermediário
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Semissintético
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Fraco
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Sintético
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Fonte: Departamento de Cirurgia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) |
Os tipos sintéticos e semissintéticos são prescritos na prática clínica, especificamente como analgésico. No Brasil, alguns são tarja vermelha (exigem receita, mas não é retida na farmácia), como a oxicodona, e outros são tarja preta (a receita fica retida), como a metadona.
Outros como o fentanil, por exemplo, são restritos ao uso hospitalar para procedimentos e tratamentos feitos com supervisão e não são ministrados fora de um ambiente controlado.
Os efeitos colaterais mais comuns são náuseas e vômitos, sonolência e constipação. Outros efeitos que podem ocorrer são alucinações, tontura, coceira na pele, respiração lenta ou difícil e dificuldade para urinar.
À medida que o corpo se ajusta à medicação, a tendência é que os efeitos colaterais sumam e o uso seja mais confortável. Algumas pessoas, entretanto, não apresentam sintomas. Por isso, os pacientes devem ser orientados a reportar ao médico as reações.
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O principal perigo é o desenvolvimento de tolerância e dependência das substâncias.
Com o uso repetido e prolongado, o efeito gerado pela dose inicial é reduzido e, assim, o organismo desenvolve uma tolerância. Logo, muitas pessoas sofrem com intoxicação e até overdose, que pode ser fatal, pois aumentam a dose na intenção de obter o efeito esperado.
Outro risco é o de dependência, que acontece quando o medicamento é cortado abruptamente após um período prolongado de uso. O quadro causa sintomas psicológicos e físicos, como irritação, agitação, sudorese, lacrimejamento, salivação em excesso, diarreia, cãibras e vômito.
A suspensão da medicação opioide deve ser feita com orientação médica e aos poucos para que o organismo se adapte à ausência da substância. A forma como o processo acontece é diferente para cada pessoa.
Por isso, o apoio médico é importante para tratar os sintomas, que tendem a passar conforme a retirada avança.
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* As informações contidas nesse texto foram retiradas da literatura médica e de sites que discutem questões de saúde. Elas não representam a opinião da Memed e não devem ser usadas para diagnóstico.
Em qualquer situação, procure um médico para que ele possa lhe passar as orientações corretas para seu caso específico.