O débito cardíaco é a forma de calcular o fluxo sanguíneo impulsionado pelo coração a cada batimento. Ele permite descobrir qual é a condição e o desempenho cardíaco de cada paciente.
Esse monitoramento é um dos elementos mais importantes em relação à circulação sanguínea, uma vez que revela o volume do fluxo sanguíneo que irriga todos os tecidos do corpo.
A frequência cardíaca e o volume sistólico (ou o volume de sangue ejetado pelo ventrículo esquerdo do coração para a circulação sanguínea) são as medidas que indicam o valor do débito cardíaco no paciente.
Neste artigo, explicaremos as principais informações sobre o débito cardíaco. Para isso, cobrimos os seguintes tópicos.
Boa leitura!
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O coração é dividido em átrios, esquerdo e direto, e ventrículos esquerdo e direito. O átrio direito recebe o sangue direto do corpo, enquanto o sangue rico em oxigênio que chega ao átrio esquerdo é proveniente do pulmão.
Por sua vez, o ventrículo direito recebe o sangue do átrio direito e lança pera artéria pulmonar para levar sangue aos pulmões. Já o ventrículo esquerdo recebe sangue do átrio esquerdo, e depois o encaminha para a veia aorta, que vai levar o fluxo sanguíneo para o corpo todo.
O objetivo desse ciclo de entrada e saída de sangue pelo coração é levar oxigenação e nutrição à todas as células do corpo, além de coletar o que não é mais aproveitado por elas.
Agora que já relembramos como funciona o coração, é mais fácil compreender o significado do débito cardíaco. Ele indica o volume de sangue que é lançado do ventrículo esquerdo para a aorta por minuto.
Como o funcionamento ocorre de forma padronizada, o mesmo volume do sangue que o átrio direito recebe deve ser semelhante ao que expele do ventrículo esquerdo. Ou seja: não devem existir vazamentos.
Quando o paciente apresenta um débito cardíaco abaixo do nível esperado, pode ser o indicativo de algumas enfermidades, como: hipertensão, arritmias, choque cardiogênico e insuficiência cardíaca. Todas estão associadas a perda desse volume. Por isso, ele é considerado um aliado dos diagnósticos.
O comprometimento da função cardíaca pode surgir através de uma variedade de mecanismos fisiopatológicos. As etiologias comuns incluem hipertensão, doença coronariana, problemas congênitos, isquemia e infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva, choque, arritmias, doenças genéticas, anormalidades estruturais, derrames pericárdicos, êmbolos, tamponamento e muitos outros.
Dependendo do curso temporal, nem todas essas doenças apresentam efeitos clinicamente aparentes. Pode levar décadas para que problemas crônicos como hipertensão ou aterosclerose coronariana causem sintomas perceptíveis.
Para fazer o diagnóstico da redução no débito cardíaco, é necessário calcular a entrada e saída do sangue do coração. Para descobrir o valor da DC, basta multiplicar a frequência cardíaca (FC) pelo volume sistólico (VS).
A frequência cardíaca indica o número de batimentos do coração por minuto. Ou quantas vezes foi ejetado o sangue por minuto. Enquanto o volume sistólico representa o quanto de volume de sangue foi expelido a cada um desses batimentos. Geralmente, o valor padrão do VS gira em torno de 70 ml.
Imagine que o João tem uma frequência cardíaca de 80 bpm (batimentos por minutos). Caso o bombeamento (VS) seja mesmo de 70ml de sangue, o valor será de 5.600 ml a cada minuto. Essa média está perto de 5.250 m, que é o débito cardíaco normal de grande parte da população.
De forma geral, os valores abaixo indicam quando um débito cardíaco está diminuído e quando ele é aumentado.
Nas duas situações, o médico avalia outros fatores para identificar os motivos pelos quais ocorreram essas alterações.
Alguns fatores influenciam na mensuração do débito cardíaco, como o estresse e até um exercício físico. Imagine que a Paula está em uma corrida, em que a frequência cardíaca acelera bastante. Provavelmente, o resultado indicará mais ou menos ml por minuto. Porém, o mais importante é que tanto a entrada quanto a saída do sangue sejam equivalentes.
É fundamental deixar claro que o débito cardíaco não é classificado como um exame. Na verdade, ele é uma monitorização. Então, ele serve como um parâmetro para atendimentos, principalmente, para os pós cirúrgicos. A fidelidade do resultado está diretamente associada a um aparelho de qualidade e a forma como o profissional utiliza o equipamento.
O primeiro registro de avanço na análise do débito cardíaco foi documentado na década de 60. Naquele período, a bioimpedância torácica era responsável por fazer o monitoramento contínuo e não invasivo. Porém, o cálculo não era feito com precisão. Para se ter uma ideia, o equipamento superestimava débitos muito baixos e subestimava os muito altos.
Já na década de 70 trouxe um cateter que tinha capacidade para alcançar a circulação pulmonar e aplicar aferições inéditas. Foi graças a essa invenção que o débito cardíaco ganhou mais destaque na área da medicina.
Apesar de ter sido considerado um material eficiente, o cateter foi trocado nos anos 90 por outro aparelho mais eficiente, que fazia inclusive a medição de oxigenação tecidual.
O monitoramento de débito cardíaco por meio de um modelo de curva de pressão arterial também foi criado ao longo dos anos. A tecnologia permitiu a digitalização do procedimento. Essa transformação trouxe para a medicina algoritmos que ajudaram a fazer a aferição com mais assertividade.
Enquanto isso, o ecocardiograma chegou como um recurso interessante para estabelecer medidas estáticas e dinâmicas do organismo, adicionando o volume sistólico. Também associado ao ecocardiograma foi criado o método doppler, em que o monitoramento do DC ocorre por meio da velocidade do fluxo de sangue na aorta ascendente.
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Os monitores de débito cardíaco evoluíram muito ao longo do tempo e conquistaram a confiança na medicina. Porém, mesmo com tanta modernidade, é fundamental ter cuidado na escolha do equipamento, que deve ser registrado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
Na hora de escolher o monitor, é importante ter atenção a alguns detalhes importantes, como: facilidade de manipulação, segurança em relação a procedimentos invasivos, acurácia dos resultados, opções de variação de hemodinâmicas adicionais e usabilidade.
Não é difícil encontrar profissionais que focam no preço na hora de escolher o equipamento. Claro, isso também deve ser levado em consideração. Porém, não deve ser o único ítem avaliado. Afinal, uma escolha errada de método ou aparelho pode prejudicar a qualidade dos resultados.
Em um artigo publicado na Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), João Manoel Rossi Neto, explica se o débito cardíaco contínuo não invasivo é um mito ou uma realidade para a medicina.
“Infelizmente os métodos para avaliar o DC são invasivos, levando a complicações bem conhecidas e considerados inconvenientes para a prática do dia a dia.Por este motivo, a procura por novos métodos não invasivos que possam detectar com precisão o DC tanto em repouso como no exercício ou como resposta a uma intervenção clínica tornou-se um desejo nos meios acadêmicos e não acadêmicos. O método ideal para medir o DC em repouso e durante o exercício deve ser não invasivo, seguro, reproduzível e barato.”, destaca.
O cardiologista ainda completa. “Os resultados dos estudos publicados até o momento, mostraram que mesmo em situações de uso hospitalar e de ambiente controlado (anestesia, terapia intensiva e mesmo ambulatorial) em que os pacientes estavam em repouso, a monitorização não invasiva do DC encontrou grande variabilidade entre os métodos não invasivos e muitas vezes apresentaram erros inaceitáveis em relação aos procedimentos considerados padrão ouro, como a termodiluição.
Em um cenário de exercícios e não controlado, tanto para o diagnóstico de doenças como para aprimoramento do condicionamento de atletas, os métodos não invasivos para monitoramento do DC parecem ser mais um mito do que realidade nos dias atuais quando comparados aos métodos padrões para o cálculo do DC.
É preciso continuar a busca por determinação do DC por métodos não invasivos no repouso e no exercício. Nossa esperança é que em um futuro próximo e com o progresso no desenvolvimento tecnológico, o monitoramento do DC não invasivo possa ser usado em ambientes controlados e não controlados, além do cenário perioperatório atual”, finaliza.
Bem, se você chegou até aqui e não se recorda de algum detalhe importante sobre o débito cardíaco, confira mais informações em nosso resumo abaixo!
Da mesma maneira que a análise de débito cardíaco evoluiu ao longo do tempo, outras áreas da medicina também se modernizaram. Quem trabalha com tecnologias avançadas, como a Memed, consegue trazer para o dia a dia mais praticidade e eficiência.
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O Endocrinologista,Dr. Mario Lhano, destaca que “além de ser muito prática e com um excelente banco de medicamentos, facilita meu trabalho e a vida do paciente, que sai com uma receita legível.” Já o Umberto Morelli, coloproctologista, explica que a tecnologia reduziu em quase 30% o tempo gasto da consulta com a burocracia da prescrição.
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As informações contidas nesse texto foram retiradas da literatura médica e de sites que discutem questões de saúde. Eles não representam a opinião da Memed e também não devem ser usados para diagnóstico.
Em qualquer situação, procure seu médico para que ele possa te passar as orientações corretas para o seu caso específico.