O uso de medicamentos para saúde mental tem crescido a cada ano no Brasil. Alguns dados ajudam a entender porque o país é um terreno fértil para o mercado de ansiolíticos, antidepressivos e sedativos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a população brasileira é considerada a mais ansiosa do mundo e a mais deprimida da América Latina. No ranking de países com maior índice de depressão, o país aparece em 5º lugar.
E a pandemia de Covid-19 contribuiu para o agravamento da saúde mental dos brasileiros. Como consequência direta ou indireta, a comercialização de remédios para depressão aumentou, especialmente no primeiro ano da emergência sanitária.
Segundo um levantamento feito pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), a venda de medicamentos desse tipo disparou 17% em 2020 em comparação com 2019.
Neste artigo, vamos explicar como antidepressivos e estabilizadores de humor agem no nosso organismo e apontar os perigos de fazer uso indiscriminado desses medicamentos.
Continue a leitura para conferir também quais são os principais fármacos utilizados para tratar ansiedade e depressão.
Os medicamentos para saúde mental, como antidepressivos e estabilizadores de humor, ansiolíticos e sedativos, agem no sistema nervoso central. Sua função é “corrigir” disfunções na produção dos mediadores químicos, que são responsáveis por regular o humor. Também conhecidos como hormônios da felicidade e bem-estar, são exemplos desses mediadores a dopamina e a serotonina.
Nosso corpo é capaz de produzir tais substâncias. Porém, em algumas pessoas, os níveis de neurotransmissores ligados ao emocional são deficitários, fazendo com que elas sintam uma tristeza profunda e percam o ânimo e a vontade de realizar tarefas que antes eram prazerosas.
Nesses casos, os remédios para depressão ajudam a estabilizar o humor e controlar a ansiedade. Para isso, alguns medicamentos vão inibir o sistema nervoso central com a ajuda de um neurotransmissor chamado ácido aminobutírico – também conhecido como Gaba.
Na reportagem abaixo, especialistas explicam como esses medicamentos para tratar a depressão atuam no nosso cérebro:
Os medicamentos destinados para tratar ansiedade e depressão são vendidos somente sob prescrição médica. Porém, não são raros os casos de pessoas que conseguem ter acesso a eles sem antes passar pela avaliação de um profissional.
O uso indiscriminado de antidepressivos e estabilizadores de humor pode trazer consequências negativas para a saúde, a começar pela possível dependência.
Quando a pessoa administra doses desses medicamentos por conta própria, sem nenhum critério, ela pode se tornar dependente. Isso porque um desequilíbrio pode ser induzido na maneira com que o organismo responde a essas substâncias.
Além disso, submeter o organismo a esses medicamentos por muito tempo e sem nenhum tipo de controle faz com que o corpo se acostume. Assim, passa-se a ser necessário ingerir doses maiores para obter o efeito desejado no humor.
Além do potencial de causar dependência, outros riscos do uso indiscriminado que vale a pena pontuarmos aqui são:
Agora que você já sabe como os medicamentos para saúde mental funcionam e os riscos de fazer o uso deles sem acompanhamento profissional, que tal conhecer quais são os principais medicamentos para depressão e controle de ansiedade disponíveis no mercado?
A fluoxetina é um dos medicamentos mais prescritos pelos médicos para tratar depressão e ansiedade, além de outros tipos de transtornos mentais. A ação da fluoxetina é mais focada na regulação da serotonina.
Pânico, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), ansiedade, depressão e fobia social são alguns dos transtornos que podem ser tratados com o escitalopram. Este é um dos medicamentos mais seguros para tratar da saúde mental e também ajuda a melhorar o nível de serotonina. A partir do primeiro mês, as melhoras no humor já começam a ser percebidas.
A mirtazapina favorece o aumento de serotonina e noradrenalina. Com o nível desses neurotransmissores mais elevados, os sintomas de depressão tendem a ficar mais brandos no decorrer do tratamento.
Porém, os pacientes podem experimentar alguns efeitos colaterais, como sonolência e ganho de peso, pois ele pode aumentar o apetite.
Pacientes que sofrem de ansiedade generalizada podem se beneficiar de um tratamento com o diazepam. Ele tem efeito calmante e sedativo e costuma ser prescrito também para tratar insônia.
O bromazepam atua de forma semelhante ao diazepam. No entanto, os médicos costumam prescrevê-los para tratar casos mais graves de depressão, que chegam a incapacitar o paciente em suas atividades diárias.
Recomendado para tratar quadros de ansiedade generalizada, o lorazepam atua em diferentes áreas do sistema nervoso central. Esse medicamento inibe estímulos nervosos que geram ansiedade nos pacientes.
O lorazepam também pode ser prescrito com a intenção de tratar surtos psicóticos e depressão profunda.
A clozapina é utilizada para tratar a saúde mental de pacientes esquizofrênicos e com risco elevado de cometer suicídio.
Esse medicamento costuma ser prescrito nos casos em que o paciente já teve episódios de tentativa de suicídio. No organismo, a clozapina age no bloqueio do receptor de dopamina.
Este medicamento antipsicótico ajuda a controlar episódios de delírio e alucinações em pacientes com esquizofrenia e comportamento impulsivo.
A quetiapina é utilizada também para melhorar a insônia e a ansiedade. Pacientes diagnosticados com transtorno bipolar costumam fazer uso desse medicamento.
Entre 15 dias e um mês de uso da quetiapina, já é possível perceber melhorias no quadro do paciente.
E então, gostou de saber mais sobre medicamentos para saúde mental? Vale a pena reforçar que a utilização desses medicamentos não deve ser feita sem o acompanhamento de um profissional especializado – geralmente um psiquiatra.
Caberá a ele te avaliar e determinar a dose e o tempo de tratamento ideais e específicos para seu caso.
As informações neste site não têm a intenção de substituir uma consulta pessoal com um médico, farmacêutico, enfermeiro ou outro profissional de saúde qualificados.
O leitor não deve desconsiderar aconselhamento médico, nem adiar a busca por aconselhamento médico devido a alguma informação encontrada neste site.
Procure sempre um médico para que ele possa lhe auxiliar no seu caso específico.