Hoje, graças ao avanço da medicina, vários métodos contraceptivos são de fácil acesso à mulheres para a prevenção de uma gravidez indesejada, porém mesmo com essa facilidade a gravidez pode acontecer em um momento não muito propício ou quando não há a vontade da mulher.
Que tal entender melhor cada um desses métodos e minimizar as chances de engravidar antes da hora desejada?
A gravidez indesejada além de alarmante já é considerada um problema de saúde pública. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) isso se dá pela falta de conhecimento e disponibilidade de métodos contraceptivos, além da falta de recursos para educar mulheres e dar as orientações necessárias relacionadas à prevenção.
Anualmente em todo o mundo cerca de 74 milhões de mulheres engravidam sem planejamento. São principalmente mulheres que vivem em países subdesenvolvidos e com rendas baixas. Esse número resulta em aproximadamente 25 milhões de abortos realizados clandestinamente, em condições insalubres e com alto índice de mortalidade materna.
Nesse caso, a educação é muito importante, principalmente para as mulheres que estão em idade reprodutiva. Quando ocorre a troca de um contraceptivo, por exemplo, as chances de a mulher engravidar aumentam e sem a devida orientação isso ocorre de maneira frequente, além do abandono de algum método por questões culturais e/ou morais.
Existem diversos métodos para prevenir a gravidez, também chamados de métodos contraceptivos. Eles são todo o recurso utilizado por homens ou mulheres para evitar a gravidez. Existem mais de 20 tipos de diferentes métodos, se diferenciando pela facilidade ao acesso, eficácia ou permanência.
Além disso, alguns desses métodos além de prevenir a gravidez podem também proteger de IST ‘s (Infecções Sexualmente Transmissíveis), que podem prejudicar muito a saúde do homem ou da mulher de maneira geral.
Os métodos contraceptivos podem ser divididos em 5 tipos:
Confira na tabela abaixo os 9 métodos contraceptivos mais comuns, a facilidade de acesso e a taxa de eficácia:
Contraceptivo |
Como funciona | Eficácia | Onde encontrar |
Camisinha | De uso masculino, a camisinha serve como uma barreira para que os espermatozoides entrem em contato com o útero, evitando assim a fecundação. Protege-se também de IST ‘s. | 95% a 99,9% |
Em farmácias, mercados ou gratuitamente em UBS (Unidade Básica de Saúde) |
Pílula Anticoncepcional |
De uso feminino, produz hormônios semelhantes aos produzidos pelos ovários, evitando então a ovulação e impedindo a fecundação. Não protege contra IST’s. |
95% a 99,9% |
Em drogarias privadas e farmácias públicas mediante prescrição médica. |
Dispositivo Intrauterino (DIU) |
O DIU é um dispositivo colocado no útero, que impede a gravidez dificultando a fecundação. Se dá pela ação do cobre ou de hormônios. Não protege contra IST’s |
99,2% a 99,4% |
Em serviços de saúde especializados em ginecologia (públicos ou particulares). |
Diafragma Vaginal |
Formando um anel em forma de borracha, esse método impede a entrada dos espermatozoides no canal uterino. Não protege contra IST’s |
90% |
Encontrado em farmácias privadas. |
Anticoncepcional Injetável |
Sendo aplicado de maneira injetável em mulheres, é um método que lentamente libera hormônios que impedem a ovulação. Não protege contra IST’s |
99,4% a 99,9% |
Farmácias privadas ou públicas, mediante receita médica. |
Anel Vaginal |
É um dispositivo de borracha que se assemelha a um anel e libera progressivamente hormônios evitando a fecundação. Não protege contra IST’s | 98,8% a 99,6¨% | Em farmácias públicas ou privadas. |
Laqueadura |
Trata-se de um procedimento cirúrgico, onde é realizado o fechamento das trompas uterinas e impedindo o encontro do espermatozoide com o óvulo. Não protege contra IST’s |
99,5% |
Procedimento cirúrgico. |
Vasectomia |
Trata-se de um procedimento cirúrgico, só que realizado no homem. É realizado um corte no canal onde os espermatozoides passam, impedindo assim que o homem seja fértil (porém, esse método não promove a falta de ejaculação e impotência). Não protege contra IST’s |
99% |
Procedimento cirúrgico. |
Tabelinha |
Consiste na realização de um cálculo para indicar quando a mulher está no período fértil. Subtrai-se 11 dias do primeiro dia do ciclo menor ou 18 dias de ciclos mais longos. Não protege contra IST’s |
76% |
Orientado por um profissional de saúde de sua confiança. |
Coito interrompido |
Nesse método, durante a relação sexual há a retirada do pênis do interior da vagina antes que ocorra a ejaculação. | 73% |
Deve ser orientado por um profissional de saúde de sua confiança e aliado a um outro método contraceptivo devido ao baixo índice de proteção. |
Vale lembrar que a ida a um ginecologista é muito importante, principalmente para que juntos e após uma avaliação médica possam decidir qual o melhor método contraceptivo para você.
Geralmente sendo usado quando há a falha ou o esquecimento do uso de algum contraceptivo, a pílula do dia seguinte pode ser uma opção para prevenir uma gravidez indesejada. Ela funciona atrasando ou inibindo a ovulação devido aos hormônios que a compõem, sendo os mais comuns o levonorgestrel ou acetato de ulipristal.
As pílulas que contêm levonorgestrel podem ser usadas até 3 dias após as relações, enquanto as que têm acetato de ulipristal podem ser tomadas até 5 dias após. No entanto, o ideal é que sejam tomadas o mais breve possível após o acidente, pois conforme o tempo passa sua eficácia pode diminuir.
Como podemos observar na tabela acima, nenhum método contraceptivo é 100% eficaz então, por menores que sejam as chances, uma gravidez ainda pode acontecer. Caso você seja pega de surpresa, espere o momento do susto passar e assimile as ideias antes de tomar qualquer decisão.
Não deixe também de procurar uma rede de apoio, seja o pai da criança, a família ou até mesmo amigos. Nesse momento é bom saber que não se está sozinha e ter ajuda para tomar decisões e escolher qual caminho tomar.
Procurar um médico de confiança, principalmente pelo fato de que começar o pré-natal o quanto antes é essencial, além de poder receber as orientações necessárias para encarar esse momento e se cuidar da melhor maneira possível.
Artigo redigido pela enfermeira Maria Carolyna Henriques.