Estamos em 2021 e infelizmente muitos colegas médicos ainda tem uma percepção limitada sobre a importância da digitalização da atividade médica.
Muito mais do que promover produtos e/ou serviços, quando empresas de tecnologia oferecem a oportunidade do médico evoluir para o meio digital o que elas estão tentando fazer é impedir que o médico caminhe para uma espécie de “auto-ostracismo” digital – um descolamento da realidade em que vivemos atualmente.
Muito se fala hoje da abordagem “patient-centric”. Você conhece?
Essa abordagem coloca o “paciente no centro do cuidado médico” (tornando-o um agente com participação ativa nas decisões que envolvam sua saúde).
A revolução do acesso à informação foi a responsável por isso. Esse novo perfil das pessoas fez com que tivéssemos que repensar a nossa relação médico-paciente.
E como os pacientes atualmente acessam e consomem não apenas informações mas também produtos e serviços? (e embora pareça óbvio é importante dizer que quando pensamos em pacientes estamos nos referindo à população em geral – qualquer pessoa).
Através de meios digitais.
Para se ter uma ideia, segundo os últimos levantamentos, em 2018, as pessoas dedicaram mais tempo por dia à TV – quase 3 horas e 50 minutos – do que a qualquer outro meio.
Mas o tempo de TV está encolhendo (em 2012 ele era de 4 horas e 37 minutos).
O tempo de celular aumentou para 3 horas e 35 minutos em 2018.
E em 2019 o celular já se tornou o novo líder em tempo gasto, com 3 horas e 43 minutos de engajamento (versus a TV com 3 horas e 42 minutos).
Precisamos perceber que a transformação digital não é sobre super tecnologias, mas sim sobre a experiência que essas tecnologias podem proporcionar ao ser humano.
O motor da transformação digital tem sido a “Quarta Revolução Industrial”, na qual os dispositivos, sistemas e serviços estão cada vez mais conectados e inteligentes.
Isso exige dos médicos uma maior capacidade de transformar os dados (estruturados e não estruturados) em informações estratégicas para a rápida tomada de decisões que garantam o crescimento e o sucesso da sua atividade.
Segundo pesquisa realizada pelo GE Healthcare Camden Group, há uma mudança vital acontecendo na área da saúde: os pacientes exigem ser tratados como consumidores experientes, que merecem escolhas, conveniência e preços justos.
A mesma revolução que está alterando a nossa mobilidade, o modo como nos comunicamos, compramos comida, ouvimos música, assistimos filmes, e alugamos imóveis também está em andamento na área da saúde.
E à medida que a concorrência aumenta, essa tendência irá acelerar.
Os médicos que estiverem prontos para responder, criando uma forte experiência para o paciente, vão se destacar em relação àqueles que não estão acompanhando a mudança de perfil dos pacientes.
Esse estudo da GE foi realizado para que os médicos pudessem compreender a “experiência de saúde do paciente”, avaliando lacunas entre as expectativas e percepções dos pacientes e dos próprios médicos, fornecendo dados para que os profissionais possam avaliar sua própria rotina de trabalho e definir uma estratégia de sucesso.
Seguem, na sessão abaixo, os pontos mais relevantes do estudo (para ver o estudo original em inglês clique aqui).
O estado atual da experiência do paciente:
Não surpreendentemente, o estado atual da experiência do paciente é ruim … e provavelmente piorará antes de melhorar.
Por décadas, o setor de saúde dos EUA adotou um modelo econômico focado em “taxa por serviço” (fee for service), que por sua vez inibiu a transparência, a concorrência e a inovação – e os pacientes estão percebendo.
Um alarmante percentual de 81% dos pacientes está insatisfeito com sua experiência na área da saúde, sendo que os pacientes mais felizes são aqueles que interagem menos com o sistema.
Há uma lacuna na percepção entre médicos e pacientes sobre a qualidade da experiência atualmente fornecida.
Os médicos subestimam o grau em que a experiência do paciente falha em atender às expectativas do consumidor.
Essa perspectiva distorcida está criando uma falta de urgência entre os médicos para corrigir o problema.
Embora os médicos estejam cientes da insatisfação do paciente, eles têm muitas iniciativas concorrentes, dificultando a priorização.
Apesar das melhores intenções em proporcionar uma melhor experiência ao paciente, os médicos lutam para torná-la uma prioridade entre as iniciativas concorrentes.
Por exemplo, 75% dos médicos afirmam que a experiência do paciente é fundamental para o sucesso futuro de sua profissão. Enquanto isso, na lista das principais preocupações de CEOs de hospitais, a satisfação do paciente não chega às cinco primeiras.
(Fonte: American College of Healthcare Executives 2014 Survey: Top Issues Confronting Hospitals in 2014)
O modo como consumimos produtos e serviços derrubou outras indústrias, levando a novas expectativas para a experiência do paciente.
O poder mudou para o consumidor em quase todos os setores – serviços de transporte, varejo e financeiros – e agora, está acontecendo com a saúde.
Se os médicos estão subestimando a experiência do paciente hoje, no futuro a dificuldade aumentará à medida que suas operações se tornarem maiores e mais complexas.
Para ter acesso a informações médicas de forma prática, cadastre-se em nossa plataforma e confira nossas Inteligências Memed!
Cadastre-se em nossa plataforma!
Gostou do conteúdo? Não se esqueça de conversar com a gente logo abaixo e compartilhar o artigo!